Ponderações de um não conhecedor do tema aos que se julgam “especialistas” em Eneagrama
“Algumas pessoas, com o genuíno desejo de ajudar, se empolgam quando conhecem o Eneagrama, e começam a falar dos diferentes perfis das pessoas e de sua personalidade. Outros, por arrogância ou falta de sensibilidade, passam a rotular, indiscriminada e indevidamente, todos a seu redor.
Entendo o quão entusiasmado você possa estar como detentor desse novo e valioso conhecimento, mas nem sempre aqueles que são do seu convívio doméstico ou empresarial estão interessados ou dispostos a ser “classificados” por você…
As pessoas tendem a buscar autoconhecimento ao longo da vida, mas cada uma a seu tempo, por livre-arbítrio. Além disso, há diferentes ferramentas que servem de apoio e, provavelmente, você não conheça a minha própria trajetória no campo do desenvolvimento humano.
No momento oportuno, terei prazer em lhe ouvir, mas entenda que é desgastante ser rotulado, principalmente em público, e receber uma série de interpretações e pressuposições sobre o meu jeito de ser. Ainda mais quando acompanhadas de ironia ou brincadeiras em relação a uma ferramenta de transformação do ser humano, cujo conteúdo, acredito, seja sério, consistente e útil.
Ouvi dizer, também, que as diferentes nomenclaturas usadas pelos autores do Eneagrama para identificar os “tipos”, bem como os vícios emocionais que os sustentam – como raiva, medo e vaidade, por exemplo – quando apresentados sem o devido cuidado e explicação podem gerar confusão e interpretações equivocadas.
Então, com muito respeito, peço que, antes de me rotular, pergunte se estou interessado. Ou, então, qual é a melhor hora para um papo agradável e construtivo sobre o tema. Afinal, não quero criar resistências, muito menos estabelecer um clima ruim entre mim e você que venha a afetar o nosso ambiente familiar e empresarial.
Para algumas pessoas, qualquer hora é hora, mas para outras, não.
Sei que você me entende, já que pessoas que trabalham com desenvolvimento humano sabem como é importante estar atento à forma com que pretendem “tocar” o outro com as suas palavras.
Assim sendo, respeitosamente, proponho que você fique atento, para não se tornar inconveniente e acabar virando um eneachato.”
“As pessoas percebem quando nos aproximamos delas com a intenção de construir; e isso ajuda muito na criação de relações saudáveis.”