Infelizmente, poucas pessoas investem seu tempo e dinheiro para “entender melhor de gente”. E num momento de crise, fica ainda mais visível o quanto isso é essencial.
Imaginemos uma pessoa que já tenha o hábito de perceber os riscos antes dos outros, e neste momento só esteja ouvindo falar em desemprego e dificuldades. Some-se a isso o fato de que tendemos a ter um comportamento repetitivo, sustentado por nossos condicionamentos emocionais. O pior dos cenários começa a se desenhar.
No entanto, a auto-observação pode mudar esse quadro. E já é um grande passo, por exemplo, conseguir evitar a tendência de se achar mais do que os outros ou de se fazer de vítima, formas primárias e pouco saudáveis de se conseguir atenção e bons resultados com as pessoas.
É fácil constatar o grande número de pessoas que estão como que anestesiadas e vivem na superficialidade. Há, inclusive, pesquisas revelando que aproximadamente 70% dos profissionais estão infelizes na sua atividade. Estamos nos esquecendo até de sorrir, ou ainda, o fazemos de maneira artificial (mecânica). Quando sorrimos, mudamos a nossa bioquímica e podemos, desta forma, mudar comportamentos condicionados sustentados por estados emocionais. A nossa alegria não depende tanto do mundo externo, mas sim, da leitura que cada um faz do que acontece, mesmo num cenário desfavorável.
Também é muito fácil nos anestesiarmos com o cotidiano e esquecermos de fazer uma autoanálise para responder: no que eu, realmente, sou muito bom e o que me faz feliz?
Por vezes, as nossas potencialidades se encontram adormecidas, ou ainda estamos tentando “dar certo” usando as referências dos outros. Sob este ponto de vista, a crise pode ser uma benção! Ela produz mudanças e as mudanças produzem oportunidades.
Nas crises podemos repensar o nosso modo de ser. Quanto maior for a crise, mais forte será a mudança. Para isso, no entanto, são necessários foco e vitalidade. Aproveite este momento de transição e responda: o que possuo de especial, e como esse dom está sendo aproveitado?
A liderança e o empreendedorismo são essenciais para o progresso, porém, sem sabermos lidar bem com as pessoas, fica difícil avançar. Precisamos saber como iremos contribuir, visto que todos nós somos portadores de talentos. Há um provérbio chinês que diz que “quando cada um varre a sua calçada, a rua toda fica limpa”. Isto também serve para o nosso desenvolvimento pessoal.
Às vezes, maioria pode significar que todos os tolos estão do mesmo lado, e é uma tolice querer mudar os outros ou criar expectativas de que os outros serão como nós somos ou queremos. A ideia é falar menos sobre os outros e mais sobre como lidar e respeitar os outros, começando, preferencialmente, a entender nosso próprio comportamento. Neste contexto, preocupe-se de fato com aquilo que você pode mudar.
Nas crises, é mais necessário do que nunca usar a rede de contatos para viabilizar novas alianças estratégicas e cooperação. Torna-se fundamental nos cercarmos de pessoas que se conhecem, se respeitam e são maduras emocionalmente, pois o trabalho em equipe é fundamental.
Se nos sentimos infelizes no trabalho, então é hora de mudar! Certa vez, alguém disse que a dor da mudança é suportável quando a dor de não mudar se torna insuportável. Se o mundo está mudando, então também precisamos aprimorar a nossa capacidade de relacionamento intra e interpessoal.
Se começarmos hoje, quando a maré subir novamente estaremos muito bem preparados.
Nem todo mundo entende de gente. Alguns sabem um pouco sobre si, alguns um pouco sobre os outros, mas todos podem desenvolver a sua Inteligência Emocional. Os momentos de mudança que as crises geram são uma ótima oportunidade para melhorar, já que todos têm recursos e potencialidades.
Entender de gente significa saber dar e receber críticas; saber elogiar, construir relacionamentos e saber ser grato. Afinal, na vida real não dá para simplesmente excluir o colega, como se faz nas redes sociais. Torna-se necessário aprender a lidar melhor com as pessoas.